Os cientistas chegaram à conclusão que a temperatura perto do centro da
Terra é de 6 mil graus Celsius, mil graus mais quente do que foi
estimado em um experimento feito há 20 anos. Esta nova temperatura
confirma a tese de que a diferença de temperatura entre o núcleo sólido e
o manto, que fica acima, tem de ser de pelo menos de 1.500 graus para
explicar por que a Terra tem um campo magnético. Os resultados foram
publicados na edição desta sexta-feira da revista “Science”.
O núcleo da Terra é composto principalmente de uma esfera de ferro
líquido em temperaturas acima de 4 mil graus e pressões mais de 1,3
milhões de vezes maiores que a do nível do mar. Sob estas condições, o
ferro é um líquido como a água dos oceanos. E apenas bem no centro deste
núcleo da Terra, onde a pressão e o aumento de temperatura são ainda
maiores, é que o ferro líquido se solidifica novamente. É através da
análise de ondas sísmicas que passam pelo centro da Terra que os
cientistas são capazes de dizer a espessura dos núcleos sólidos e
líquidos e também a forma como a pressão na Terra aumenta com a
profundidade.
No entanto, estas ondas não fornecem informações
sobre a temperatura, característica que tem uma influência importante
sobre o movimento do material no interior do núcleo líquido e o sólido
acima do manto. Na verdade, a diferença de temperatura entre o manto e o
núcleo é o principal motor dos movimentos térmicos de larga escala que,
juntamente com a rotação da Terra, atuam como um dínamo gerador do
campo magnético do planeta.
Para gerar um resultado preciso do
perfil de temperatura dentro do centro da Terra, os cientistas tiveram
que simular o ponto de fusão do ferro em diferentes pressões, num
experimento de laboratório em que comprimiram o metal com poderosas
bigornas de diamante e feixes de laser para aquecer o elemento a
temperaturas de até 5 mil graus.
-Na prática, muitos desafios experimentais tiveram de ser cumpridos -
explica Agnès Dewaele, líder da pesquisa, que envolveu integrantes do
Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica e do Laboratório Europeu
de Radiação Síncroton, também na França. - Mesmo que uma amostra atinja
as temperaturas extremas e as pressões do centro da Terra, essa condição
só existirá por uma questão de segundos. Neste curto espaço de tempo, é
extremamente difícil determinar se ele começou a derreter ou ainda é
sólido.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Centro da Terra tem 6 mil graus de temperatura, mil a mais do que se pensava
Unknown /  at 13:13 /  No comments
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Posted on: segunda-feira, 2 de junho de 2014
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